DOJ critica tribunal por arquivamento de processo cripto relacionado a Trump
Um caso nos Estados Unidos relacionado a fraudes com criptomoedas, que envolve figuras ligadas a Donald Trump e a plataforma MoonPay, passou por um momento tumultuado. Recentemente, a procuradora regional interina, Jeanine Pirro, afirmou que o tribunal cometeu um erro ao arquivar o processo, deixando a situação correr em desordem.
Ela explicou que assim que perceberam o equívoco, o processo foi reaberto em poucas horas. Pirro mencionou em uma entrevista que não havia solicitado oficialmente a abertura do caso, o que levantou várias questões sobre a condução do processo.
A origem da confusão está em um golpista nigeriano que supostamente enganou pessoas, conseguindo desviar cerca de US$ 250 mil. Ele se fez passar por Steve Witkoff, que é um dos copresidentes do Comitê Inaugural de Trump. O mais interessante é que as vítimas desse golpe pertencem à equipe da MoonPay, que é uma plataforma bastante conhecida para quem deseja comprar criptomoedas.
A MoonPay permite a compra de ativos digitais utilizando métodos tradicionais de pagamento e foi a plataforma escolhida para a aquisição da memecoin do ex-presidente, a Trump (TRUMP). Durante o lançamento dessa moeda, houve um aumento significativo nas transações — um crescimento impressionante de 1.023%, de acordo com a empresa.
O golpista utilizou uma artimanha para enganar suas vítimas, alterando um e-mail apenas sutilmente: ele trocou um “i” minúsculo por um “L” maiúsculo. Esse detalhe quase imperceptível fez com que as pessoas transferissem 250.300 USDT no dia 26 de dezembro de 2024, pensando que estavam se comunicando com Witkoff.
No processo, foram mencionadas duas vítimas com os nomes de “Ivan” e “Mouna”, que coincidem com os nomes do CEO e da CFO da MoonPay. Além disso, a carteira de criptomoedas vinculada a essas transferências é associada a Ivan Soto-Wright.
Pirro ainda destacou que a intenção dos promotores era proteger a identidade de uma “empresa” afetada pela fraude. Ela comentou que é importante que as vítimas, assim como a própria empresa, tenham seus nomes preservados para resguardar sua privacidade.
### “É como se eles tivessem entrado em pânico”
Essa reviravolta no arquivamento do processo gerou discussões entre ex-promotores, que acharam a atitude estranha. Um ex-procurador-assistente expressou a opinião de que o Departamento de Justiça estava agindo de forma apreensiva, tentando esconder o erro.
Mark Hays, um defensor da regulamentação de criptomoedas, também deu sua visão sobre o caso, afirmando que, se você tem laços com Trump e interesses no mundo das criptomoedas, a intenção do Departamento de Justiça é ser proativo na recuperação de bens perdidos.